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O Divino Oleiro

 


Para viver um dom, um Carisma, uma vocação é preciso entrar na sala do oleiro.


Para viver uma Fundação, a gente sempre está entrando na sala do oleiro, ali é aonde a gente vai ser primeiro: moldado e refeito, até chegar aquele ou aquela que as próprias mãos do Pai moldaram, talharam e fizeram desde toda eternidade.

Isso é uma caminhada, um processo, um dia após o outro, mas a gente não pode ser inconsciente do caminho que a gente abraçou, do sim que demos, a vida que escolhemos trilhar. Não tenhamos medo de que Deus ponha as Suas mãos em nós, é o principal de uma vocação numa Fundação.


Dom Bosco diz assim: “Nao tenho medo do trabalho! Esta é a vida que escolhi!"


A Palavra de Deus, em Jeremias 18, 2, diz assim: “Levanta-te e desce à casa do oleiro: lá te farei ouvir as minhas palavras”. Existe um caminho que precisamos percorrer, um lugar que necessitamos chegar para ouvir a Palavra do Senhor. Isso exige daquele que quer ouvi-Lo uma atitude! É preciso levantar e descer, é preciso dar passos de crescimento. Não é uma descida para qualquer lugar, o Senhor nos direciona à casa do Oleiro.


Deus, o Divino Oleiro, é o Criador de tudo. Tão grande é seu amor, que cada peça é sonhada e projetada cuidadosamente. O barro, por mais que seja disforme, nas mãos do oleiro deixa-se transformar numa obra original e irrepetível. Por si só, o barro não se transforma em vaso, pote, vasilha. É preciso deixar-se modelar e permitir que alguém o modele.


Com a pessoa acontece o mesmo: por si só não tem forças para se modelar, transformar-se e resgatar sua verdadeira identidade. É preciso permitir que o Divino Oleiro expresse seu amor na arte de transformar a pessoa à sua imagem e semelhança.


Dentre duzentos tipos de barro conhecidos, somente oito servem para ser trabalhados pelo oleiro. O barro é escolhido. O Divino Oleiro é quem escolhe o barro. Então, você é um escolhido por Deus. Você é um barro bom, não diga nunca que você não presta ou não serve pra nada. Simplesmente Deixe Deus transformá-lo em uma bela obra de arte.


O barro é curtido. Após ser escolhido é deixado do lado para repousar um pouco e por um bom tempo, com a finalidade de criar maior liga. Nesta fase pode-se experimentar o silêncio de Deus. Parece que o Divino Oleiro fala com todos, menos com você, mas, é o silêncio criativo de Deus que se prepara e deixa o barro ali em preparação para iniciar sua mais linda e incrível arte.


Passada esta última fase, o barro é prensado para que o ar, as pedras, as raízes e impurezas sejam retirados, formando uma massa resistente. Surgem também as angústias e dores quando prensado, mas é parte do processo e do processamento. Deus permite que você seja humilhado, provado, pisado para poder tirar todo orgulho, vaidade, soberba, presunção, autossuficiência… Parece que todos falam mal de você, ninguém o entende, julgam suas atitudes, são incompreendidos… Ser prensado é permitir que a humildade nasça em você e o Espírito Santo, divino hóspede da alma, é aquele que o fortalecerá na disponibilidade, na fé e confiança, para que o “vaso” possa ser tornar consistente desde os primeiros passos de sua modelagem.


O barro é modelado. É hora decisiva: um punhado de barro nas mãos do oleiro vai ganhar a forma desejada. É o momento da entrega total e final. O barro é colocado sobre a roda de modelar: é preciso deixar-se modelar pelas mãos do Divino Oleiro e do barro, o sonho do vaso acontecerá. Para que esse sonho aconteça é necessário abrir mão de todos os caprichos, ambições e permitir que o oleiro modele o barro segundo sua sabedoria. O oleiro não retira por um segundo sequer o olhar da obra que está fazendo nascer. Nada desvia sua atenção. O óleo está focado ali na sua obra de arte. Inicia sua obra com leves toques periféricos regados com sempre com água. Depois, com precisão, o barro é rasgado, abrindo espaço no seu interior para trabalhar o vaso como havia concebido no coração. Após concluída a obra, o oleiro, para e contempla.


O vaso, depois de modelado, fica em repouso por alguns dias, preparando-se para enfrentar o calor do fogo que o tornará bem consistente. O vaso modelado se permite repousar.


O vaso vai ao forno. Com todo cuidado, o oleiro leva sua obra de arte para o forno a fim de ser temperada. O fogo abrasador do Espírito Santo leva-o a seu limite de resistência. Sente o calor permear cada fibra. Somente o vaso que suportar o calor do forno está hábil para cumprir sua tarefa, seu objetivo e sua missão.


O oleiro retira cada peça do forno e verifica sua capacidade de resistência, dando-lhe um “peteleco”. Por fim o vaso é provado: o som emitido é a prova. Se o som é chocho, voltará ao forno, porque ainda não está pronto, mas, se ele “cantar” e sair um bom som é porque está apto para seguir seu destino.


O vaso é destinado. Quando o “vaso” está pronto, o Divino Oleiro o enche de seu Espírito e o envia a ser “vaso de bênção” a quem encontrar no caminho.


Então seja você um “barro nas mãos de Deus". Deixe que o Divino Oleiro possa moldá-lo, para que possa ser um verdadeiro “vaso de bênção” para o mundo.


A Palavra de Deus, em Jeremias 18, 2, diz: “Levanta-te e desce à casa do oleiro: lá te farei ouvir as minhas palavras”. Existe um caminho que precisamos percorrer, um lugar que necessitamos chegar para ouvir a Palavra do Senhor. Isso exige daquele que quer ouvi-Lo uma atitude! É preciso levantar e descer, é preciso dar passos. Não é uma descida para qualquer lugar, o Senhor nos direciona à casa do Oleiro.


Descer até essa casa do oleiro, é caminhar em direção ao lugar onde o Senhor habita, onde Ele realiza a Sua obra. É ir até o espaço onde constantemente Ele está a trabalhar: o meu e o seu interior. A casa do Oleiro é o nosso coração. É nele que o Senhor escolheu fazer morada e, como Oleiro, trabalhar constantemente para não deixar inacabada nenhuma de Suas obras.


Contudo, para o Oleiro, chegar até ao nosso coração exige de nós muito esforço,  e disposição. Esforço para silenciar e olhar para dentro, mesmo em meio às realidades que só nos convidam a viver para fora. E, disposição para reconhecer nossas falhas, misérias, fraquezas e limites, pois, é quando tocamos nesta área de verdade, que acessamos profundamente quem nós somos e

podemos então nos encontrar com a grandeza e a misericórdia de Deus. Para os hebreus o coração é o interior do homem, é o lugar das suas decisões e, também, o espaço onde Deus escolhe agir todos os dias.


Coloque-se nas mãos do oleiro. É no coração que Deus habita e trabalha. Ele não tira suas mãos de nós, não deixa de nos moldar, é um trabalho constante. Resta-nos somente estar em Suas mãos. E, estar nas mãos de Deus, a partir dessa palavra do profeta Jeremias, nada mais é do que se colocar no torno. O torno é um instrumento utilizado pelo oleiro para moldar o vaso. Nele, a partir das mãos do oleiro, o vaso vai ganhando forma e também utilidade, sentido para sua existência.


Na casa do Oleiro que é o nosso coração, não nos basta adentrar, precisamos nos colocar no torno, nos colocar nas mãos do oleiro. Essa é a nossa parte! O grande desafio é permanecer n’Ele. Enquanto o vaso está lá, ele não tem utilidade nenhuma, ainda não consegue realizar aquilo para que foi feito, para que foi criado, planejado. É o Oleiro que, a partir de suas mãos, o está preparando para retratar o que originalmente foi criado para ser. Estar no torno é viver o tempo de ser refeito pelo Senhor, é estar nas mãos do Oleiro sendo formado ou restaurado. Este processo nos conduz para a vontade de Deus a nosso respeito. Por isso, é preciso aceitá-lo e não ter pressa de sair dele.


Assim como o oleiro quando faz um vaso tem para ele um propósito, o Senhor quando pensou em mim e em você, pensou-nos para uma missão, para um envio, para algo específico, e é aí que mora todo o sentido da nossa vida que, muitas vezes, buscamos fora de nós. Encontrar esse sentido exige de nós um caminho de descida em direção à casa do Oleiro, em direção ao nosso coração. O ritmo quem dá é cada um de nós. Ele espera o nosso tempo.


Lembre-se que são as mãos do Senhor que estão sobre você, corrigindo detalhes, caracterizando a essência, resgatando sua originalidade, lhe dando importância, para que compreenda e assuma a missão para que foi feito e chamado. Não tenha medo de descer até a casa do Oleiro, o seu coração, é lá que o Senhor te espera e quer te encontrar!


Fonte: Comunidade Católica Oásis


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