A
graça da salvação comporta a conversão, justificação, santificação e renovação
do homem interior. Salvação significa perdoar a culpa dos pecados e curar as
consequências do pecado. Neste sentido, salvação é renovação e restauração.
É
necessário descer às raízes e enfrentar a fonte do mal que atormenta a
humanidade. Porque do Bom Deus só vem o bem, então todo mal que sofremos na
nossa vida pessoal, familiar e comunitária é consequência do pecado.
É
uma ofensa muito grave atribuir a Deus o sofrimento da humanidade, porque Ele
“não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes” (Sb 1,13). “A morte é
o salário do pecado” (Rm 6,23). A verdade é que sempre sofremos as
consequências negativas dos nossos próprios pecados ou dos pecados de outras
pessoas que acabam prejudicando a nossa vida. O pecado e suas consequências
nefastas desfiguram a nossa imagem e semelhança com Deus.
Gl 6,7
Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver
semeado. 8 Quem semeia nos instintos egoístas, dos instintos egoístas colherá
corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.
Por
detrás de cada pecado sempre existe a fraqueza humana, a influência do mundo e
a tentação de Satanás. Quando compactuamos com o mal, tornamo-nos culpados e
ingratos diante de Deus, pois erramos o alvo da nossa verdadeira felicidade,
fugimos da sua Presença e fazemos mal uso da nossa liberdade. Temos culpa no
pecado cometido e deveríamos pagar cada centavo dos danos acarretados, seja na
nossa própria vida, seja na vida das outras pessoas e na natureza em geral.
Mas
a misericórdia de Deus é infinita. Jesus Cristo veio para nos redimir dos
pecados e nos tornar justos diante do Pai Celeste. Ele pagou um alto preço pela
nossa salvação, o preço do seu Sangue derramado na Cruz. “Por meio do Sangue de
Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram perdoadas, conforme a
riqueza da sua graça” (Ef 1,7).
Jesus
nos justificou na Cruz. Fomos salvos. Pelo arrependimento, a fé e o batismo a
culpa dos pecados é perdoada. Porém, após o perdão, precisamos ser curados e
libertos de todas as consequências negativas do pecado, pois, como lembrávamos,
“o salário do pecado é a morte”.
Por
exemplo: se uma pessoa deu uma facada em alguém, após o arrependimento e a
confissão da culpa, o seu pecado é perdoado. Porém, mesmo após o perdão, os
envolvidos na situação deverão buscar também a cura e a libertação das
consequências da facada. A restauração deve ser completa. Começa pelo perdão da
culpa, mas deve continuar pela cura e libertação das consequências do pecado.
A
obra de Deus nunca fica pela metade. Isto significa que Jesus Cristo, o
Restaurador do homem, não só liberta da escravidão do pecado, mas também salva
do lamaçal da morte. O “dom de Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, é vida
eterna” (Rm 6,23) que começa nesta terra e se prolonga por toda eternidade.
Is 64,5
Todos juntos nos tornamos como uma coisa imunda, a nossa justiça é como roupa
suja, nós todos murchamos como folhas, e nossos pecados como vento nos
arrastaram. 6 Ninguém invocava o teu nome, nem se esforçava para apoiar-se em
ti, pois escondeste de nós a tua face e nos entregavas ao poder da nossa culpa.
7 Mas agora, Javé, tu és o nosso pai; nós somos o barro, e tu és o nosso
oleiro; todos nós somos obra de tuas mãos. 8 Não fiques irado para sempre,
Javé, nem fiques lembrando sempre a nossa culpa. Vê! Todos nós somos o teu
povo.
MOPD Isaías
64,5-8