Eros, philia e ágape são três palavras gregas que significam
amor. Eros é a “paixão de desejo sexual”, philia é o amor de amizade e ágape é
o amor oblativo e incondicional, que se dá gratuitamente sem esperar nenhuma
recompensa. Em vernáculo ágape é traduzido por caridade. Deus é Ágape, Deus é Caridade,
Deus é Amor! (1Jo 4,8-16). Mas eros e philia também são dois aspectos
importantes do amor verdadeiro. Podemos dizer que eros e philia concorrem para
o bem do ser humano quando são vividos no horizonte do ágape.
Deus não só ama, Ele é Amor! “O próprio Ser de Deus é Amor. Ele
mesmo é eternamente intercâmbio de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e
destinou-nos a participar deste intercâmbio” (CIC, 221).” Deus é Amor puro,
oblativo e verdadeiro. Um amor que vem ao encontro do homem para elevá-lo.
Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem é chamado a viver
o amor verdadeiro, o ágape. Este amor, mais que sentimento ou emoção, é decisão
e doação. Decisão de doar a própria vida para que o outro tenha vida. Isto
exige sacrifício, renúncia e compaixão. Mas no final, contra toda lógica do
mundo, “só pelo amor o homem se realiza plenamente" (Platão).
1Jo
3,14 Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos aos irmãos.
Quem não ama, permanece na morte.
Mesmo quando não se é amado, o ato de amar gera uma satisfação
interior que ultrapassa todo entendimento e toda recompensa. Está de acordo com
o que Jesus dizia no Santo Evangelho: “Aquele que perde a sua vida (pelo bem do
outro), ganha-a. Aquele que ganha (só pensa em si), perde-a!”
Amar nunca é algo que se possa perder, mesmo quando não há
reciprocidade. É melhor amar e não ser correspondido que, por medo de não o
ser, não amar. Se olharmos bem, não somos felizes nem pelos títulos e nem pelo
que possuímos, mas pelas experiências de amor que tivemos com Deus e com o
próximo. Por isso Deus mesmo nunca hesitou em nos amar, mesmo sabendo que
poderíamos não corresponder ao seu amor. Ele também gosta de ser amado, mas
quando não o é, isto não lhe tira a grande satisfação pelo fato de simplesmente
nos amar.
No seu Hino ao Amor o Apóstolo Paulo enumerou as características
do verdadeiro amor que procede de Deus e dignifica o ser humano:
1Cor
13,4 O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta,
não se incha de orgulho. 5 Nada
faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não
guarda rancor. 6 Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. 7
Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais passará. As profecias
desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. 13 Agora, portanto, permanecem estas três
coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.
Deus é Amor! Portanto, não se pode fazer amor, pois Deus não
pode ser feito por criatura alguma. O mundo ensina um “amor” interesseiro,
individualista, oportunista, egocêntrico, que usa e abusa do outro e depois
descarta como se fosse uma coisa qualquer. Sem o ágape, o eros e o philia são
deturpados. Como sempre, o mundo procura afastar as pessoas de Deus. É preciso
olhar para Jesus e conhecer o verdadeiro amor de Deus e o Deus que é Amor. Esta
é a Verdade: “DEUS É AMOR!” “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!”
(Jo 8,32)
MOPD Primeira Carta aos Coríntios
13,1-13