“Vão e façam todas as
gentes meus discípulos, batizando-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, e ensinando-as a observar tudo o que lhes tenho ordenado” (Mt 28,
19-20).
Este é o imperativo do
senhor para nós. Tão forte quanto aquele de amar ao nosso próximo como a nós
mesmos. Essa é nossa vocação e missão. Estamos vivendo isso? Estamos formando
discípulos de Jesus Cristo ou apenas agrupamos pessoas? Juntar pessoas qualquer
um pode fazer, os vários eventos seculares que estão ao nosso redor são uma
prova viva disso. Mas a nós não interessa apenas juntar pessoas, mas formar
seguidores de Cristo.
“Conhece-se a árvore
por seus frutos. Portanto, um sinal de que somos discípulos de Jesus é o fato
de estarmos realmente produzindo outros discípulos para ele” (FLORES:1996 p.
152). Precisamos formar discípulos para que estes continuem com a instauração
do Reino de Deus, a fim de que o projeto do Senhor não termine em nós, mas
possa ser realizado através de nós e daqueles que alcançarmos por nosso
testemunho, os quais também receberão a mesma missão.
Nossa prioridade deve
ser formar discípulos autênticos que possam se tornar apóstolos. Em outras
palavras, necessitamos formar formadores. Pessoas que não só sabem fazer algo
bem feito, mas que são capazes de ensiná-lo a outros. Somos como “vento passageiro que aparece e
vai embora”, mas a missão não acaba quando partimos, ela deve e precisa continuar
a fim de que todos experimentem o Amor de Deus em suas vidas. O Discipulado não
pode parar em nós, mas precisa continuar nos vários outros discípulos e
apóstolos que vamos formando. Somente assim será possível dar continuidade ao
plano salvífico do Pai, que extrapola nossa historicidade, que vai além de
nossa passagem por esse mundo. “O que de
mim ouviste na presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que por
sua vez sejam capazes de instruir a outros” (2Tm 2,2). “A eficiência não se mede
pelo que fazemos, mas pelo que alcançamos que outros façam” (FLORES:1996 p.
153).
A urgência é formar
pessoas que formem outras, e assim sucessivamente sem cessar. A missão não pode
estagnar em uma pessoa ou grupo. Somos convocados a formar discípulos,
tornando-os também apóstolos. O apostolado é essencial à evangelização. Por
isso, cada discipulado e apostolado específico do DJC devem estar conscientes
de que mais do que aumentar seus membros, precisam formá-los e cada um dos
membros deve buscar formação e ir também formando a outros a fim de que nossa
evangelização tenha eficácia e continuidade.
Depende de nós que tenhamos mais apóstolos ou que a missão estacione em
nós.
Assim, encaminhar as
pessoas para os discipulados e apostolados específicos é uma necessidade para
nós. Cada um em seu específico vai formando os seus (músico forma músico, jovem
forma jovem, pregador foram pregador...) e dessa forma todo o DJC e toda a
Igreja irão ganhar na evangelização. Estaremos assegurando a evangelização de
hoje e a de amanhã.
No entanto, neste
itinerário de formação de discípulos e apóstolos, é preciso relembrar de uma
das nossas dimensões constitutivas fundamentais: a espiritualidade. O ser
apóstolo pressupõe o ser discípulo antes. Assim, é preciso considerar que antes
estamos com o Senhor e apenas depois é que iremos trazer outras pessoas para
Ele. E ainda, elas devem experimentar o Amor do Senhor, conviver com Ele. O
processo de formação de formadores deve compreender duas etapas: primeiro –
formar o discípulo, aquele que convive com o Mestre, seguindo-o, imitando-o;
segundo – formar o formador (o apóstolo) – aquele que sendo discípulo vai
anunciar a Boa Nova aos outros a fim de que estes possam trilhar o mesmo Caminho.
Portanto, os
discípulos e apóstolos são formados no discipulado, no seguimento de Jesus. E
nesse processo contam com a presença e acompanhamento de seus irmãos. Eles não
estão isolados, mas caminham juntos pela mesma trajetória. E isso também os
fortalece a fim de se manterem firmes em seu serviço. Nossa obra continua
naqueles que pescamos e formamos. Daí todos vivem o seu específico, sem
esquecer sua pertença a mesma obra e aquilo que é comum a todos: ser e formar
discípulos.
Graça e paz!
Edilma Saboia
Assistente Geral do Desenvolvimento Integral
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